PRIME DE IMBITUBA DEPENDE DE APENAS DE UMA DECISÃO POLÍTICA


POLITICAMENTE OU NÃO, GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA TERIA DISPONIBILIZADO APENAS 1/3 DO VALOR PRÉ-ESTABELECIDO
A praia da Vila, em Imbituba, pode perder seu evento Prime em 2012. Na foto, Roberto Perdigão, gerente executivo da ASP South America, também deve estar aguardando ansioso a definição. Foto: Arquivo Pessoal

A ASI – Associação de Surf Imbitubense – e a FECASURF estão dependendo de uma decisão do Governador do Estado de SC, para confirmar a realização do Prime em Imbituba, em outubro deste ano. O complicado de depender de “verba pública” para realização de um evento deste porte é que, em períodos de eleição como agora, dependo de quem o Governador estiver apoiando para concorrer à determinada Prefeitura, a “torneira” pode ou não continuar aberta para determinados fins.

A decisão do Governo de Santa Catarina em disponibilizar apenas 1/3 do valor, que lhe caberia para apoiar este importante evento, desestabilizou os organizadores na confirmação ou não de sua realização do Prime. Segundo Katz Fernandes, presidente da ASI, “estamos correndo contra o tempo e estávamos contando que o Governador não desse para traz, como nunca fez em outros anos, desde quando o WCT acontecia por aqui. Infelizmente já começamos a pensar em um plano “b” para tentar viabilizar esta etapa.”

Da esq. para dir.: Fred Leite (presidente da Fecasurf), Katz Fernades (presidente da ASI) e o prefeito de Imbituba Beto Martins estão empenhados em não perder a etapa Prime em Imbituba em 2012. 

Patrocinador e Prefeitura de Imbituba já confirmaram o aporte necessário. Mas é visível a preocupação dos organizadores e envolvidos, e o próximo passo seria pressionar o Estado a liberar a “verba” necessária para não perder a etapa. “Pensamos até em transformar o Prime em um seis estrelas, para não ficarmos de fora do Circuito da ASP. Mas seria um retrocesso para o surfe em nosso estado e para Imbituba” comenta Katz.

Apesar deste percalço, todos acreditam que o Prime deverá acontecer com ou sem o apoio do Governo de Santa Catarina. O tempo é curto - apenas quatro meses - para definir e preparar a etapa, mas, perder um dos três eventos Prime que acontecem no Brasil, de um total de apenas nove etapas, seria mesmo preocupante. Segundo o prefeito de Imbituba, Beto Martins, "o mais importante é, a partir de agora, definir prioridades, estabelecer metas e aprimorar ainda mais as competições na cidade em 2012."

Depois do sucesso do Prime em 2011, em que Medina começou sua acensão meteórica rumo ao WCT , a incerteza em 2012 sobre a realização do evento perturba organizadores, imprensa e público que sempre prestigia o campeonato.

Politicamente falando, o que antigamente era uma contribuição, que o poder público direcionava para alguns eventos, hoje passou a ser uma necessidade para realizar qualquer campeonato. Apesar de ser de extrema importância para o Estado e município, o maior interessado em patrocinar um evento deste porte seriam as grandes marcas do surfe.

Dividir com o poder público esta responsabilidade ou deixa algumas marcas de surf interessadas de fora, ou demonstra que o mercado do surfe brasileiro não está indo tão bem assim, ou ainda, mostra o quão oneroso e caro é realizar um campeonato deste aqui no Brasil.  
Política de governo nunca combinou com surfe, mas nunca deixou de colaborar também. A medida exata - ou não exata - está no interesse maior que é o esporte em si, que é quem deve sempre ganhar, além do público também. 

O valor faltante para confirmar a realização do Prime em Imbituba, e que o Governo do Estado havia, inicialmente, se comprometido a "patrocinar", nada mais é que a premiação dos atletas, ou seja, 250 mil dólares, segundo Katz Fernandes, presidente da ASI.

Por Eduardo Rosa

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